O que é Fascismo, o que come, onde mora?

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Por Gilson Moura Henrique Junior

Segundo a Wikipédia:

Fascismo é uma forma de radicalismo político autoritário nacionalista que ganhou destaque no início do século XX na Europa. Os fascistas procuravam unificar sua nação através de um Estado totalitário que promove a vigilância, um estado forte, a mobilização em massa da comunidade nacional, confiando em um partido de vanguarda para iniciar uma revolução e organizar a nação em princípios fascistas. Hostil à democracia liberal, ao socialismo e ao comunismo, apesar de semelhanças com os últimos dois. Os movimentos fascistas compartilham certas características comuns, incluindo a veneração ao Estado, a devoção a um líder forte e uma ênfase em ultranacionalismo, etnocentrismo e militarismo. O fascismo vê a violência política, a guerra, e o imperialismo como meios para alcançar o rejuvenescimento nacional e afirma que as nações e raças consideradas superiores devem obter espaço deslocando ou eliminando aquelas consideradas fracas ou inferiores, como no caso da prática fascista modelada pelo nazismo”.

Ou seja, fascismo é um processo de radicalização da centralização do estado, é uma ampliação aguda do estado central e das identidades em um determinado estado-nação, ideologização das diferenças étnicas, ampliação ao máximo de um governo autoritário, a ponto de alguns autores incluírem-no sob a categoria de totalitarismo, profundo anticomunismo e extrema violência contra opositores. Acrescente a isso uma percepção orgânica da sociedade em simbiose com o estado, ou seja, estado e sociedade tornam-se um mesmo organismo vivo, cuja concepção de condição saudável é o tratamento da dissidência e de elementos dissonantes do ideal de pureza social como infecção, ou seja, passíveis de serem eliminados, “curados” ou “reeducados”, o que volta e meia são sinônimos na prática.

Por que discutir e definir o que é fascismo?

Porque o uso comum do termo mistura na qualificação de fascista todo tipo de elementos, dos mais autoritários aos menos confundindo ao fim e ao cabo a categorização chamando do PSTU ao Bolsonaro de fascistas, o que leva a uma confusão dos diabos pra terminologia e no fim, para a própria luta antifascista.

Se tudo é fascismo, nada é.

Da mesma forma misturar Stalinismo e comunismo com nazismo e fascismo é uma bela e estúpida desconstrução da nomenclatura em nome da generalização vulgar. Pode funcionar como ofensa, mas funciona melhor como desserviço.

As definições não precisam ser exatas neste caso por uma questão de apego à terminologia, mas por uma questão de gravidade do combate ao inimigo. Ao definirmos todos como fascistas esvaziamos o peso histórico e político do real fascismo.

Há uma diferença concreta entre o militonto idiota que segue lobão pedindo impeachment de Dilma e do militante do PSTU que age com autoritarismo silenciando a dissidência pro militante nazifascista que agride negros, gays e tudo o que ele considera inferior.

Há tanta diferença quanto entre o Alckmin mandando a PM bater e o que faria Bolsonaro, um fascista concreto, se comandasse a polícia. Se Alckmin é daninho e muito autoritário, o que Bolsonaro representa em comparação com o autoritário Alckmin precisa de multiplicação por mil pra ser compreendido. Se Cabral, Alckmin, Dilma e Aécio são autoritários, como via de regra todo estado é e todo governador ou presidente são, o fascismo é isso multiplicado por cem mil.

Imagine um quadro horroroso de morte de indígenas, negros, gays, mulheres, dissidentes? Tipo, sei lá, a ditadura militar Brasileira ou Pinochet? Imaginou? Pois é Mussolini e Hitler foram piores.

O que prega o fascismo é pior do que prega o pior de nossos exemplos autoritários à mão. E o fascismo usa essa confusão pra se imiscuir entre a direita mais moderada, dita democrática, e forçar seu crescimento pela banalização.

O fascismo usa a banalização do termo “fascista” pra transformar todos em idênticos a ele, e se todos são fascistas, ninguém é.

Claro que na sanha, no sangue, chamar o PM calhorda de fascista é do jogo, mas não é bom usar em divergências políticas com elementos de fora do campo fascista e até de fora do campo da direita clássica.

A não ser que ditador tenha virado elogio, transformar ditadura em fascismo esvazia o peso histórico do fascismo.