1 de Maio – Dia do trabalhador – Dia de Luto e luta

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Fonte: Anarkio.Net

1º de Maio é dia do TRABALHADOR!

Um dia de rebelião, não de descanso! Um dia não ordenado pelos vozeros arrogantes das instituições que tem aprisionado o mundo do trabalhador! Um dia em que o trabalhador faz suas próprias leis e tem o poder de executá-las! Tudo sem o consentimento nem aprovação dos que oprimem e governam. Um dia em que com tremenda força a unidade do exército dos trabalhadores se mobiliza contra os que hoje dominam o destino dos povos de toda nação. Um dia de protesto contra a opressão e a tirania, contra a ignorância e a guerra de todo tipo. Um dia para começar a desfrutar oito horas de trabalho, oito horas de descanso, oito horas para fazer o que nos dê vontade.”

Essa era a convocatória do 1° de maio de 1886, dia em que 5.000 greves com 340.000 grevistas, se espalharam pelos Estados Unidos. Chicago foi palco de muita luta, repressão, mortes e injustiças. É importante resgatar a memória do 1º de Maio e recuperar a história para entender que o Dia do trabalhador não é dia de festas é o dia de lembrar nossos mortos, dia de luta e resistência!

Trouxemos pⒶra voc’s a história do 1º de Maio, como nasceu este dia e porque(m) ele é comemorado. Este pequeno vídeo relata a verdadeira história do primeiro de Maio e como as lutas dos trabalhadores anarquistas conseguiram a redução da jornada, 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer, 8 horas de repouso.

Ao contrário do que os partidos, os sindicatos pelegos, os burgueses e os Estados tentam nos fazer acreditar com seu revisionismo histórico, o primeiro de maio é um dia de origem anarquista, decorrente das agitações pela jornada de trabalho de 8 horas, à qual 5 anarquistas de Chicago deram suas vidas. Há vasta literatura sobre os fatos reais do primeiro de maio, então reproduzimos abaixo um texto sucinto mas bastante informativo.

Maio já foi um mês diferente de qualquer outro. No primeiro dia desse mês as tropas e as polícias ficavam de prontidão, os patrões se preparavam para enfrentar problemas e os trabalhadores não sabiam se no dia 2 teriam emprego, liberdade ou até a vida.

Hoje, tudo isso foi esquecido. A memória histórica dos povos é pior do que a de um octogenário esclerosado, com raros momentos de lucidez, intercalados por longos períodos de amnésia. Poucos são os trabalhadores, ou até os sindicalistas, que conhecem a origem do 1° de maio. Muitos pensam que é um feriado decretado pelo governo, outros imaginam que é um dia santo em homenagem a S. José; existem até aqueles que pensam que foi o seu patrão que inventou um dia especial para a empresa oferecer um churrasco aos “seus” trabalhadores. Também existem – ou existiam – aqueles, que nos países ditos socialistas, pensavam que o 1° de maio era o dia do exército, já que sempre viam as tropas desfilar nesse dia seus aparatos militares para provar o poder do Estado e das burocracias vermelhas.

As origens do 1° de maio prendem-se com a proposta dos trabalhadores organizados na Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT) declarar um dia de luta pelas oito horas de trabalho. Mas foram os acontecimentos de Chicago, de 1886, que vieram a dar-lhe o seu definitivo significado de dia internacional de luta dos trabalhadores.

No século XIX era comum (situação que se manteve até aos começos do século XX) o trabalho de crianças, grávidas e trabalhadores ao longo de extenuantes jornadas de trabalho que reproduziam a tradicional jornada de sol-a-sol dos agricultores. Vários reformadores sociais já tinham proposto em várias épocas a ideia de dividir o dia em três períodos: oito horas de trabalho, oito horas de sono e oito horas de lazer e estudo, proposta que, como sempre, era vista como utópica, pelos realistas no poder.

Com o desenvolvimento do associativismo operário, e particularmente do sindicalismo autônomo, a proposta das 8 horas de jornada máxima, tornou-se um dos objetivos centrais das lutas operárias, marcando o imaginário e a cultura operária durante décadas em que foi importante fator de mobilização, mas, ao mesmo tempo, causa da violenta repressão e das inúmeras prisões e mortes de trabalhadores.

Desde a década de 20 do século passado, irromperam em várias locais greves pelas oitos horas, sendo os operários ingleses dos primeiros a declarar greve com esse objetivo. Aos poucos em França e por toda a Europa continental, depois nos EUA e na Austrália, a luta pelas oitos horas tornou-se uma das reivindicações mais freqüentes que os operários colocavam ao Capital e ao Estado.

Quando milhares de trabalhadores de Chicago, tal como de muitas outras cidades americanas, foram para as ruas no 1° de maio de 1886, seguindo os apelos dos sindicatos, não esperavam a tragédia que marcaria para sempre esta data. No dia 4 de maio, durante novas manifestações na Praça Haymarket, uma explosão no meio da manifestação serviu como justificativa para a repressão brutal que seguiu, que provocou mais de 100 mortos e a prisão de dezenas de militantes operários e anarquistas.

Alberto Parsons um dos oradores do comício de Haymarket, conhecido militante anarquista, tipógrafo de 39 anos, que não tinha sido preso durante os acontecimentos, apresentou-se voluntariamente à polícia tendo declarado: “Se é necessário subir também ao cadafalso pelos direitos dos trabalhadores, pela causa da liberdade e para melhorar a sorte dos oprimidos, aqui estou”. Junto com August Spies, tipógrafo de 32 anos, Adolf Fischer tipógrafo de 31 anos, George Engel tipógrafo de 51 anos, Ludwig Lingg, carpinteiro de 23 anos, Michael Schwab, encadernador de 34 anos, Samuel Fielden, operário têxtil de 39 anos e Oscar Neeb seriam julgados e condenados. Tendo os quatro primeiros sido condenados à forca, Parsons, Fischer, Spies e Engel executados em 11 de novembro de 1887, enquanto Lingg se suicidou na cela. Augusto Spies declarou profeticamente, antes de morrer: “Virá o dia em que o nosso silêncio será mais poderoso que as vozes que nos estrangulais hoje”.

Este episódio marcante do sindicalismo, conhecido como os “Mártires de Chicago”, tornou-se o símbolo e marco para uma luta que a partir daí se generalizaria por todo o mundo.

O crime do Estado americano, idêntico ao de muitos outros Estados, que continuaram durante muitas décadas a reprimir as lutas operárias, inclusive as manifestações de 1° de maio, era produto de sociedades onde os interesses dominantes não necessitavam sequer ser dissimulados. Na época, o Chicago Times afirmava: “A prisão e os trabalhos forçados são a única solução adequada para a questão social”, mas outros jornais eram ainda mais explícitos como o New York Tribune: “Estes brutos [os operários] só compreendem a força, uma força que possam recordar durante várias gerações…”

Seis anos mais tarde, em 1893, a condenação seria anulada e reconhecido o caráter político e persecutório do julgamento, sendo então libertados os réus ainda presos, numa manifestação comum do reconhecimento tardio do terror de Estado, que se viria a repetir no também célebre episódio de Sacco e Vanzetti.

A partir da década de 90, com a decisão do Congresso de 1888 da Federação do Trabalho Americana e do Congresso Socialista de Paris, de 1889, declararem o primeiro de maio como dia internacional de luta dos trabalhadores, o sindicalismo em todo o mundo adotou essa data simbólica, mesmo se mantendo até ao nosso século como um feriado ilegal, que sempre gerava conflitos e repressão.

Segundo o historiador do movimento operário, Edgar Rodrigues, a primeira tentativa de comemorar o 1 de maio no Brasil foi em 1894, em São Paulo, por iniciativa do anarquista italiano Artur Campagnoli, iniciativa frustrada pelas prisões desencadeadas pela polícia. No entanto, na década seguinte, iniciaram-se as comemorações do 1 de maio em várias cidades, sendo publicados vários jornais especiais dedicados ao dia dos trabalhadores e números especiais da imprensa operária comemorando a data. São Paulo, Santos, Porto Alegre, Pelotas, Curitiba e Rio de Janeiro foram alguns dos centros urbanos onde o nascente sindicalismo brasileiro todos os anos comemorava esse dia à margem da legalidade dominante.

Foram décadas de luta dos trabalhadores para consolidar a liberdade de organização e expressão, que a Revolução Francesa havia prometido aos cidadãos, mas que só havia concedido na prática à burguesia, que pretendia guardar para si os privilégios do velho regime.

Um após outro, os países, tiveram de reconhecer aos novos descamisados seus direitos. O 1° de maio tornou-se então um dia a mais do calendário civil, sob o inócuo título de feriado nacional, como se décadas de lutas, prisões e mortes se tornassem então um detalhe secundário de uma data concedida de forma benevolente, pelo Capital e pelo Estado em nome de S. José ou do dia, não dos trabalhadores, mas numa curiosa contradição, como dia do trabalho. Hoje, olhando os manuais de história e os discursos políticos, parece que os direitos sociais dos trabalhadores foram uma concessão generosa do Estado do Bem-Estar Social ou, pior ainda, de autoritários “pais dos pobres” do tipo de Vargas ou Perón.

Quanto às oitos horas de trabalho, essa reivindicação que daria origem ao 1º de maio, adquiriu status de lei, oficializando o que o movimento social tinha já proclamado contra a lei. Mas passado mais de um século, num mundo totalmente diferente, com todos os progressos tecnológicos e da automação, que permitiram ampliar a produtividade do trabalho a níveis inimagináveis, as oitos horas persistem ainda como jornada de trabalho de largos setores de assalariados! Sem que o objetivo das seis ou quatro horas de trabalho se tornem um ponto central do sindicalismo, também ele vítima de uma decadência irrecuperável, numa sociedade onde cada vez menos trabalhadores terão trabalho e onde a mutação para uma sociedade pós-salarial se irá impor como dilema de futuro. Exigindo a distribuição do trabalho e da riqueza segundo critérios de eqüidade social que o movimento operário e social apontou ao longo de mais de um século de lutas.
*Membro do Centro de Estudos Cultura e Cidadania – Florianópolis (CECCA)

1ª de maio por Eduardo Galeano.

A desmemoria/4

Chicago está cheia de fábricas. Existem fábricas até no centro da cidade, ao redor do edifício mais alto do mundo. Chicago está cheia de fábricas, Chicago está cheia de operários.
Ao chegar ao bairro de Haymarket, peço aos meus amigos que me mostrem o lugar onde foram enforcados, em 1886, aqueles operários que o mundo inteiro saúda a cada primeiro de maio.
– Deve ser por aqui – me dizem. Mas ninguém sabe. Não foi erguida nenhuma estátua em memória dos mártires de Chicago na cidade Chicago. Nem estátua, nem monólito, nem placa de bronze, nem nada.
O primeiro de maio é o único dia verdadeiramente universal da humanidade inteira, o único dia no qual coincidem todas as histórias e todas as geografias, todas as línguas e as religiões e as culturas do mundo; mas nos Estados Unidos, o primeiro de maio é um dia como qualquer outro. Nesse dia, as pessoas trabalham normalmente, e ninguém, ou quase ninguém, recorda que os direitos da classe operária não brotaram do vento, ou da mão de Deus ou do amo.
Após a inútil exploração de Haymarket, meus amigos me levam para conhecer a melhor livraria da cidade. E lá, por pura curiosidade, por pura casualidade, descubro um velho cartaz que está como que esperando por mim, metido entre muitos outros cartazes de música, rock e cinema.
O cartaz reproduz um provérbio da África: Até que os leões tenham seus próprios historiadores, as histórias de caçadas continuarão glorificando o caçador.”
Página 115/116, “O livro dos Abraços”.

DIA DE MAIO – DIA INTERNACIONAL DO TRABALHO – A HISTÓRIA

1 de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, comemora a luta histórica da classe trabalhadora em todo o mundo, e é reconhecido na maioria dos países. Os Estados Unidos da América e Canadá estão entre as exceções. Isso apesar do fato de que o feriado começou na década de 1880 nos EUA, ligadas a batalha pela jornada de oito horas , e os anarquistas de Chicago .

A luta pela jornada de oito horas começou na década de 1860. Em 1884, a Federação de Negócios organizada e Sindicatos dos Estados Unidos e do Canadá , organizado em 1881 (e mudando seu nome em 1886 para Federação Americana do Trabalho ) aprovou uma resolução que afirmava que “oito horas constituirão um dia de trabalho legal de partir e após 1 de Maio de 1886, e que nós recomendamos para organizações de trabalho em todo este distrito que eles assim direcionar suas leis como se conformar com esta resolução ” . No ano seguinte, a Federação repetiu a declaração de que um sistema de oito horas era para entrar em vigor em 1 de Maio de 1886. Com trabalhadores sendo forçados a trabalhar dez, doze e quatorze horas por dia, apoio ao movimento de oito horas cresceu rapidamente . Nos meses anteriores a 1 de Maio de 1886, milhares de trabalhadores, organizados e não organizados, os membros da organização Cavaleiros do Trabalho e da federação, foram atraídos para a luta. Chicago foi o principal centro da agitação por um dia mais curto. Os anarquistas estavam na vanguarda do Sindicato Central de Chicago, que consistia de 22 sindicatos em 1886, entre eles os sete maiores da cidade.

Durante as greves da estrada de ferro de 1877, os trabalhadores haviam sido violentamente atacada pela polícia e exército dos Estados Unidos. Uma tática semelhante de terrorismo de Estado foi preparado pela burocracia para combater o movimento de oito horas. A polícia e da Guarda Nacional foram aumentados em tamanho e recebeu armas novas e poderosas financiados por empresários locais. Do Clube Comercial de Chicago comprou uma metralhadora $ 2000 para a Guarda Nacional de Illinois para ser usado contra os grevistas. No entanto, até 1 º de maio, o movimento já havia vencido os ganhos para muitos trabalhadores de Chicago. Mas em 3 de maio de 1886, a polícia disparou contra uma multidão de grevistas no McCormick Harvester Machine Company, matando pelo menos um atacante, ferindo gravemente cinco ou seis outros, e ferindo um número indeterminado. Anarquistas convocaram uma reunião em massa no dia seguinte em Haymarket Square para protestar contra a brutalidade.

A reunião transcorreu sem incidentes, e pelo tempo que o último orador estava na plataforma, a reunião das chuvas já estava terminando, com apenas cerca de duas centenas de pessoas restantes. Foi então uma coluna policial de 180 homens marcharam para a praça e ordenou a reunião a se dispersar. Ao final da reunião, uma bomba foi atirada na polícia, matando um instantaneamente, outras seis pessoas morreram depois. Cerca de setenta policiais foram feridos. A polícia respondeu disparando contra a multidão. Quantos civis foram feridos ou mortos desde bullits polícia nunca foi apurado exatamente. Embora nunca foi determinado que jogou a bomba, o incidente foi usado como uma desculpa para atacar os anarquistas e do movimento dos trabalhadores em geral. Polícia saquearam as casas e escritórios dos suspeitos radicais, e centenas foram presos sem acusação. Um reinado de terror da polícia varreu Chicago. Encenação “raids” nos bairros operários, a polícia arredondado para cima todos os anarquistas conhecidos e outros socialistas. “Faça as incursões em primeiro lugar e olhar para cima a lei depois!” aconselhou publicamente o advogado do Estado.

Os anarquistas, em especial, foram perseguidos, e oito de Chicago de mais ativos foram acusados ​​de conspiração para assassinato em conexão com o bombardeio de Haymarket. Um tribunal canguru encontrados todos os oito culpados, apesar da falta de evidência de ligar qualquer um deles para a bomba-chamas, e eles foram condenados a morrer. Em 09 de outubro de 1886, a revista semanal Cavaleiros do Trabalho publicado em Chicago, realizada na página 1 o seguinte anúncio: “Na próxima semana vamos começar a publicação das vidas dos anarquistas anunciados em outra coluna.”

O anúncio, realizado na página 14, leia-se: ” A história de anarquistas , contadas por eles próprios; Parsons, Spies, Fielden, Schwab, Fischer, Lingg, Engle, Neebe A única verdadeira história dos homens que afirmam que eles são. condenado a sofrer a morte para o exercício do direito de liberdade de expressão : a sua associação com o trabalho, socialista e anarquista Sociedades, seus pontos de vista quanto aos objetivos e objetos dessas organizações, e como eles esperam para realizá-los, também a sua ligação com o Chicago Haymarket caso . Cada homem é o autor de sua própria história, que aparecerá apenas nos “Cavaleiros do Trabalho” , durante os próximos três meses, – o grande papel de trabalho dos Estados Unidos, um de 16 páginas semanário, que contém todas as últimas estrangeira e notícias de trabalho doméstico do dia, histórias, dicas domésticas, etc Um papel cooperativo possuído e controlado por membros dos Cavaleiros do Trabalho , e mobilado para a pequena quantia de US $ 1,00 por ano . Adress todas as comunicações para Cavaleiros do Trabalho Publishing Company , 163 Washington St., Chicago, Illinois ” Ainda este jornal e do papel de alarme publicou as autobiografias dos homens Haymarket.

Albert Parsons, August Spies, Adolf Fischer e George Engel foram enforcados em 11 de Novembro de 1887. Louis Lingg se suicidou na prisão. As autoridades entregue os corpos para os amigos para o enterro, e um dos maiores cortejos fúnebres da história do Chicago foi realizada. Estima-se que entre 150.000 a 500.000 pessoas alinharam a rota seguida pelo cortejo fúnebre dos mártires de Haymarket. Um monumento aos homens executados foi revelado 25 de junho de 1893 no cemitério Waldheim em Chicago. Os três restantes, Samuel Fielden, Oscar Neebe e Michael Schwab, foram finalmente perdoados em 1893.

Em 26 de junho de 1893, o governador de Illinois, John Peter Altgeld, emitiu a mensagem perdão em que ele deixou claro que ele não estava concedendo o perdão, porque ele acreditava que os homens tinham sofrido o suficiente, mas porque eles eram inocentes do crime para o qual havia sido julgado, e que eles e os homens enforcados haviam sido vítimas de histeria, os júris embalados e um juiz preconceituoso. Ele observou que os réus não foram provados culpados, porque o Estado “nunca descobriu quem foi que jogou a bomba que matou o policial, e as evidências não mostram qualquer ligação entre os réus eo homem que atirou nele.”

Dia Internacional dos Trabalhadores é a comemoração do evento Revolta de Haymarket , em Chicago , em 1886. Em 1889, o primeiro congresso da Segunda Internacional, reunião em Paris para o centenário da Revolução Francesa e da Exposição Universal (1889) , na sequência de uma iniciativa do Federação Americana do Trabalho , convocaram protestos internacionais em 1890 aniversário dos protestos de Chicago. Estes foram tão bem sucedidos que May Day foi formalmente reconhecida como um evento anual no segundo congresso da Internacional em 1891.

Não é de surpreender que o Estado, líderes empresariais, dirigentes sindicais mainstream, e os meios de comunicação querem esconder a verdadeira história do Primeiro de Maio. Na sua tentativa de apagar a história eo significado do Dia de maio, o governo dos Estados Unidos declarou 01 de maio como “Lei Day”, e deu os trabalhadores em vez do Dia do Trabalho, a primeira segunda-feira de Setembro – um feriado desprovido de qualquer significado histórico.

No entanto, em vez de suprimir os movimentos operários e anarquistas, os acontecimentos de 1886 ea execução dos anarquistas de Chicago, os porta-vozes do movimento para a jornada de oito horas, mobilizou muitas gerações de radicais. Emma Goldman, um jovem imigrante na época, depois apontou para o caso de Haymarket como o seu nascimento político. Em vez de desaparecer, o movimento anarquista apenas cresceu na esteira de Haymarket.

Como trabalhadores, devemos reconhecer e comemorar o Dia de maio, não só pela sua importância histórica, mas também como um tempo para organizar em torno de questões de importância vital de hoje para a classe trabalhadora em sentido lato, ou seja, as bases – as pessoas vistas como uma classe em contraste com os superiores de renda e / ou classificação – economicamente e / ou políticos / administrativos.

Os seguros do trabalhador não deixam mais ninguém seguro, o papel de palhaço e outras histórias

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Por Gilson Moura Henrique Junior

A absoluta crueldade do estado para com os trabalhadores jamais foi novidade. A novidade, no Brasil, é que ataques aos direitos dos trabalhadores tenha vindo, pasmem, de um partido nomeado “Partido dos Trabalhadores”.

Não que isso seja novidade também.

Basta que a gente se lembre que o Partido dos Trabalhadores praticamente inaugurou seu primeiro mandato de presidente da república na história com a consolidação da reforma da previdência, um dos mais cruéis ataques aos direitos dos trabalhadores que se tem notícia.

Com esse ataque o governo Lula foi feliz ao acenar ao mercado que sua ação de forma contente agiria mantendo a ampliação da idade mínima para se aposentar, reduzindo direitos previdenciários, criando o fator previdenciário,etc.

Essa reforma foi lida pela mídia à época como “grande vitória do Governo Lula”, e o elogio não foi à toa, mesmo diante da ilegalidade da reforma, dado que os pilares da reforma eram um claro aceno que o então governo “de esquerda” estava fazendo uma gestão econômica que não rompia com os pilares neoliberais herdados do governo FHC, embora fizesse ajustes gerenciais que ampliavam a margem de manobra de investimentos do estado na economia.

Além disso, a manutenção de um tucano na presidência do Banco Central, a instituição de um superavit primário superior aos do governo tucano (ampliando o dinheiro destinado ao pagamento dos juros da dívida pública), tudo gerava um contentamento no mercado financeiro na elite econômica, que havia ficado nervoso com a possibilidade de um governo concretamente de esquerda gerindo o estado brasileiro.

De lá pra cá, tudo foi muito bem gerido no âmbito da relação entre esquerda e governo, entre a publicidade oficial e a organizada militância cotidiana de defesa dos governos do PT que a cada movimento da ampla e irrestrita guinada à direita , para a cada exemplo tático desta guinada ser oferecido ao interlocutor um dado positivo do governo.

A questão é que os dados positivos do governo foram a cada dia escasseando mais sob o ponto de vista do trabalhador e não fugindo muito da existência do bolsa-família, ausência de privatizações às claras e manutenção de direitos dos trabalhadores.

Bem, nem isso agora dá pra ser sustentado diante dos ataques diretos ao seguro-desemprego, auxílio doença e seguro defeso feitos pelo governo Dilma no apagar das luzes de 2014.

O ataque especialmente ao seguro-desemprego e seguro-defeso atingem diretamente a população mais pobre e presente em mercados com maior rotatividade empregatícia ou dependentes do seguro governamental no período onde são impossibilitados de efetivamente trabalharem para seu sustento, caso do seguro-defeso.

Ao criar meios de na prática impedir o acesso ao seguro-desemprego e seguro defeso, o governo tira da proteção estatal um exército enorme de pessoas que dependem disso pra comer. São pescadores que na época de defeso não podem pescar, dado que defeso é o período de proteção à reprodução de espécies de peixes, crustáceos e moluscos marinhos e de rio. São trabalhadores do agronegócio que são demitidos após o término de suas atividades, algo que dificilmente supera seis meses e que ficam sem proteção do estado quando não há mais trabalho a ser executado.

Além disso ser extremamente cruel, a economia de 9 bilhões de reais é troco de pinga, dado que a maior parte do orçamento da república vai pro pagamento de juros da dívida pública através dos recursos obtidos a partir do superavit primário. Ou seja, o governo destina muitos bilhões pros bancos e corta a verba destinada aos mais pobres pra economizar algo que se reduzisse apenas meio por cento do dinheiro destinado aos bancos conseguiria economizar. É uma opção clara atingir direitos ao invés de atingir o pagamento de uma dívida que inclusive tem a legitimidade contestada por auditores da auditoria cidadã da dívida.

Ou seja, o governo Dilma antes mesmo do defunto da credibilidade coletiva em cima de uma surreal e improvável guinada à esquerda por sue governo esfriar já abriu um saco de maldades que dificilmente é feito de um maquiavelismo digno de nota.

Isso sem contar um ministério dos horrores onde uma de suas próceres já anunciou que “Não existe latifúndio no Brasil e os índios é que ‘descem para áreas agricultáveis’”.

A sensação de quem vê de fora é que Dilma Roussef não só apelou pra desmoralização completa da malta de tolos que a seguiu acreditando no marketing do João Santana como resolveu discipliná-los através do escarnio e da crueldade.

Só que para além das críticas e ironias quem será atingido é quem fez parte do que os petistas adoravam dizer: Os quarenta milhões retirados da miséria.

Além de terem sido retirados da miséria sem serem retirados da mira assassina da polícia militarizada, racista e elitista, estes entes foram removidos de suas casas para as obras da copa, tiveram o bioma de onde tiravam seu sustento destruído, foram mortos e assassinados pelo agronegócio reforçado pela posse de Katia Breu como ministra da agricultura e agora ou são impedidos de obterem recursos do seguro-desemprego enquanto ficam sem trabalho a partir da sazonalidade e rotatividade do mercado de trabalho local ou tem de escolher entre o bolsa-família e o seguro defeso nos períodos de defeso onde legalmente são impedidos de pescar.

Ou seja, os quarenta milhões que saíram da miséria tão sendo empurrados pra ela de novo ou pior, vão ser empurrados pro crime ambiental.

Ah, esqueci de lembrar que a maior parte das espécies ameaçadas de extinção no Brasil é de peixes. Assim, além de atacar direitos dos trabalhadores a Dilma ataca o meio ambiente, como se não bastasse o caráter predatório de seu governo.

Então, quando o voto crítico com fome juvenil, toscamente autoproclamada de “Petralha”, arrogantemente ignorava avisos de tudo isso que está acontecendo (Mesmo tudo o que está acontecendo conseguir superar o mais crítico e ácido crítico do governo), não contavam com a astúcia da presidenta que qual um Chapolin colorado do mal ao ser perguntado “E agora quem irá nos proteger?”, agora responde: “Ninguém!’.

Ninguém está seguro diante de não uma guinada à direita, mas A guinada à direita, que já era apontada com a composição do ministério cantada em verso e prosa pela oposição à esquerda do governo que iria acontecer (ministro da fazenda ligado a bancos e agronegócio na agricultura). E essa ausência de segurança é exemplar ao atingir primeiramente o que segurava os trabalhadores em períodos de vacas magras forçadas pelo mercado ou pelas leis ambientais.

Quando nenhum seguro é respeitado a única coisa que nos resta é a luta e se espera que junto a esta luta se alinhem quem outrora latia vulgarmente para uma poesia amestrada em programa eleitoral ignorando os uivos de quem já antecipava o pior.

E é de bom tom que os novos lobos saibam fazer autocrítica de seu papel de palhaço na farsa eleitoral.

12 de dezembro: Trabalhadores, não escravos – Que a Greve Geral seja realmente geral

greve

Tradução e Fonte: FARJ

Comunicado da Federação dos Comunistas Anarquistas (FdCA), organização anarquista da Itália, sobre a Greve Geral ocorrida dia 12 de dezembro


Comunicado original: http://www.fdca.it/sindacale/2014/12dicembre.htm

12 DE DEZEMBRO: TRABALHADORES, NÃO ESCRAVOS  QUE A GREVE GERAL SEJA REALMENTE GERAL

Depois de 2 meses de greves e manifestações que culminaram com a greve social do 14 de novembro, o ciclo de lutas contra o Jobs Act, lei de estabilidade, destrava-Itália e Boa escola, chegaram a um ponto importante com a greve do 12 de dezembro decretada pela Confederação Geral do Trabalho Italiana (CGIL) com a adesão da União Italiana do Trabalho (UIL). Mesmo levando em conta fatores condizentes como o confronto entre a direção do Partido Democrático e direção da CGIL, da resposta desta última à tentativa de deslegitimação do maior sindicato italiano por parte do governo, esta greve esta para assumir a importância de grandes acontecimentos históricos do proletariado italiano. De fato este é um dos períodos mais difíceis das ultimas décadas para os trabalhadores, aos quais o ataque do capital e do governo na Itália respondem às exigências do grande capital e da oligarquia financeira que detém o comando no mundo inteiro.

O domínio totalitário do mundo financeiro gerou um dos últimos ataques à condição de vida dos trabalhadores e as decisões do Governo Renzi estão aí para demonstrar a total fidelidade aos dogmas do liberalismo mais autoritário. O “Jobs Act” é mais um, e não último, dos ataques que a casta patronal está desencadeando contra os trabalhadores, com o cancelamento de direitos e conquistas em anos de lutas. A necessidade para os patrões de sufocar o trabalho de cada sindicato que não se curve às suas exigências de concorrência capitalista, a chantagem do posto de trabalho num mar de desempregados e de empregados pobres fazem com que se desencadeie em todos os lugares a guerra entre pobres, aquela concorrência entre explorados que é a verdadeira razão do nascimento das formas sindicais.

Por isso hoje a Greve Geral pode ser realmente Geral, que doa a Governo e Patrões, que revele finalmente o próprio objetivo político e cultural. Uma greve que não tenha nada de autorreferencial e que tenha que responder à violência do ataque às condições proletárias com forte hipoteca sobre a possibilidade dos trabalhadores de se organizarem coletivamente no futuro próximo, tem de ser uma greve que reivindique aquele mesmo direito de greve, que em vários lugares tenta-se fazer passar por um privilégio entre os tantos possuídos pelos trabalhadores.

Uma greve que tem de ser uma etapa de uma ação sindical européia, que ultrapasse as contradições itálicas para chegar ao coração do monstro, às políticas econômicas do Banco Central Europeu (BCE) e da oligarquia financeira que continua a nomear governos fiéis em toda Europa.

Uma jornada, aquela do dia 12, que deve encher-se pela oposição social às politicas liberais, às ilusões governistas sustentadas pela mídia sempre disposta à colaboração com a direita politica, sempre dispostos a inventá-la para o prazer de eleitores distraídos.

Para não cair nas alternativas da direita liberal é importante reconquistar as praças e ruas com uma oposição difusa, feita de comportamentos e de escolhas corajosas. Uma greve para ressaltar que a solidariedade de classe é para nós fundamental e que estamos dispostos sempre a reconstruí-la sobre as ruínas do enfrentamento com o capital, reagindo à crescente repressão que atinge os operários como aqueles que lutam pelo direito à moradia, à água, à saúde e à escola pública, os precários como aqueles que lutam contra as grandes obras inúteis e contra os tratados internacionais sobre as mercadorias.

Hoje está em jogo a sobrevivência da defesa coletiva dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras e não só, diante de escolhas políticas que tentam nos desarmar para segregar-nos num futuro de escravos, impotentes de reagir à violência das políticas dos patrões. Hoje na praça temos que estar em muitos se queremos mudar a marca de políticas autoritárias de uma Europa que procura seu espaço imperialista através da compressão social.

Nós comunistas-anarquistas e libertários, estaremos com aqueles que combatem este projeto. Se o espaço europeu é o nosso espaço mínimo, que seja território de solidariedade e de justiça social.

ALTERNATIVA LIBERTÁRIA/FdCA