Correndo atrás do próprio rabo

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Por Gilson Moura Henrique Júnior

A história recente da esquerda no Brasil tem um quadro incrivelmente eloquente de uma mistura da crise de representação porque passam os movimentos contestatórios mundialmente em relação ao estado com a histórica tendência à burocratização da esquerda partidária (Não só pós-Lênin, mas que ganhou nova característica com o leninismo). Soma-se a isso a desmobilização que a esquerda partidária sofreu pós-PT na presidência e temos o caldo cultural e político do caos na identidade e ação da esquerda como um todo, mas especialmente a marxista leninista partidária, e dos motivos do aprisionamento político-partidário em torno de símbolos petistas e na órbita do partido dos trabalhadores.

São inúmeros os exemplos dessa relação maluca entre a esquerda e o PT e que explicam o motivo pelo qual a esquerda partidária não supera a crise de representação que atinge praticamente todos os países do mundo e não consegue dar resposta aos desafios postos à sua frente sem estar refém de um partido da ordem que no passado tinha majoritariamente uma orientação socialista. Os mais recentes são o mar de voto crítico em Dilma no segundo turno das eleições e após esta nomear um ministério horroroso, mas cantado em verso e prosa há anos que iria acontecer por qualquer um com um mínimo de percepção conjuntura, o alinhamento em torno de Lula (sim, a maior liderança do partido da presidenta Dilma) para “questionar Dilma sobre o ministério”.

Sim, isso mesmo, a esquerda se alinha em torno de Lula,do mesmo partido da presidenta e maior liderança dele, para ser oposição ao governo e fazer as vias de oposição de esquerda unida em frente numa aparente relação esquizofrênica do PT com seu governo sustentada por lideranças de movimentos sociais (E não duvido que por partidos da dita oposição de esquerda).

O que salta aos olhos é a miopia por opção diante de uma enorme manobra do PT, Lula,etc para não perder apoio na esquerda enquanto nomeia um ministério para a direita. A tática de relação pendular com as forças políticas que já existia em Getúlio e que Lula foi mestre em fazer acontecer em seu Governo (E que Dilma não consegue realizar inclusive por seu perfil tecnocrata), é exemplo sintomático do domínio absoluto que o PT tem no imaginário político da esquerda, toda ela, mesmo que mais fortemente presente na esquerda partidária.

E vai funcionar, Lula e o PT conseguirão com a nomeação do ministério e a manobra de oposição a si mesmo capitaneada por Lula controlar, pela esquerda e pela direita, o cenário político nacional por mais alguns anos, e não duvido que gerencie a crise econômica e política elegendo a velha raposa como presidente em 2018.

Vai funcionar porque o quadro de aprisionamento, que era um dado contornável em eleições e conjunturas passadas, agora foi deixado claro pra todo mundo após o apoio significado, eloquente, explícito que toda a esquerda deu ao PT nas eleições de 2014. Declaração de voto crítico não esvazia o apoio presente, cristalino, de gravação de vídeo pra propaganda eleitoral inclusive, que foi dado pela esquerda, de PSOL a PSTU passando inclusive por parte do movimento anarquista que não soube raciocinar diante da pressão da política do medo.

Essa política e o apoio recebido foi a maior vitória do PT nesta eleição, que definitivamente deixou como recado coletivo para a população que o PT é tão de esquerda quanto os anarquistas presos. O apoio deixou claro para a população que o PT é contra a direita representada pelo PSDB. Pior, após a eleição a esquerda entra inteira de cabeça, a partir das lideranças construídas por ela, no reforço da tática de cooptação e aprisionamento a partir do apoio entusiástico a Lula como oposição do Pt ao próprio PT.

Ninguém pôs a mão na cabeça pra ver o óbvio? Que se trata de antecipação da campanha com desvio das críticas para Lula e não pra presidenta, que assim pode desfilar sua política e ostentar seu pragmatismo tecnocrata sem maiores ruídos? O lançamento da oposição a si mesmo na mesma semana da nomeação do ministério tira inteiramente do foco midiático e político as desastrosas nomeações e põe como foco a figura de Lula. E as lideranças de movimentos sociais, elogiadas por todos os partidos da esquerda, propagandeadas por partidos como o PSOL como salvação das lavouras para a oposição de esquerda? Com esse endosso à manobra de Lula deixam claro: O PT ainda é nosso representante.

E por que isso acontece? Em primeiro lugar porque a oposição de esquerda, em um quadro de ampliação da capilarização e crescimento parlamentar esqueceu que era a crítica “responsável” da crise de representação petista e endossou o PT no segundo turno das eleições, com suas principais figuras públicas indo pra TV e internet declarar sem nenhuma discussão com a base que apoiavam Dilma. Ou seja, em plena crise de representação do PT a esquerda na oposição disse: O PT nos representa, mesmo que a contragosto. Bonito,né?

Mas calma! Vai piorar!

Fazendo isso e deixando a descoberto toda representação pela esquerda de contrariedade ao PT (Porque é bom lembrar que quem tem algo contra não vota, assim entende o coleguinha na rua) a própria oposição de esquerda que ainda tentava se livrar da crise de representatividade agora é parte dela. Bacana,né?

Pra piorar parte do movimento anarquista entrou na onda, deixou-se pegar no papel pega mosca da política do medo e parece não ter notado que estava reelegendo um governo homofóbico, proibicionista, anti-índio, antiecológico, que apoia a política de extermínio da população negra. Esqueceu-se isso tudo e foi na fé, esqueceu-se até que para anarquista o voto é muito mais que apertar botãozinho e fazer seu papel de participante da festa da democracia, e quem lembrava isso era “cartilhista”, era muito mais importante pra parte do movimento anarquista ser parte da contaminação da política do medo do que ser o esteio da crítica da pouquíssima diferença entre PT e PSDB. Essa parte inclusive é também amante da lógica de socialização na política, da política como convescote de idealistas em nome de um mundo melhor, pregou que a oposição à Dilma deveria ser “diferente” da com Aécio, como se ambos não fossem parte da ordem. A ordem que nem esperou o defunto da burrice coletiva da esquerda esfriar para reaprisionar companheiros anarquistas e autonomistas e depois sumiu, como via de regra todos os amantes do “voto crítico”.

Agora temos além de uma esquerda aprisionada, um movimento anarquista sendo preso dentro de um processo de ampliação da operação condor para muito além das fronteiras da América do Sul. São anarcos sendo presos e processados no Brasil, no Chile, na Espanha, Portugal, EUA, México, Grã Bretanha,etc. Sim, aprisionados pelo estado, este estado que se endossou ao propor coletivamente para toda a esquerda a suspensão da descrença em apoio à Dilma como “Mal menor” em relação a Aécio Neves.

E até pra nos defender perdemos o Chapolin colorado, único que nos defenderia dado que PSOL, PSTU, PT, todos majoritariamente fizeram e fazem parte do processo de criminalização de anarquistas e autonomistas sem pudor nenhum, e foram apoiados por parte do movimento anarquista nestas eleições de 2014. Ou seja, receberam um endosso, “continuem aprender nossos companheiros porque vocês são um mal menor em relação a Aécio, embora ambos, PT e PSDB, nos prendam e suspendam nossos direitos democráticos”.

Essa parte do movimento anarquista que optou pela acriticidade, pela suspensão da descrença pra seguir bovinamente a política do medo sem tentar usar o maldito cérebro ao menos uma vez pra ver holisticamente o tamanho da merda que estava fazendo merece ou não merece nosso parabéns?

Enfim, diante de um quadro da esquerda e anarquistas correrem atrás do próprio rabo como cães enlouquecidos por algum tipo de dor, coceira ou entorpecimento, temos um dos piores e mais brutalmente autoritários ministérios da história.

Para resistir ao que o governo aponta pelas nomeações que vai fazer precisávamos de movimento organizado ocupando as ruas e fazendo o país parar. Mas em vez disso temos o movimento abraçando o aprisionamento e a domesticação ao participar de uma frente única com o partido do próprio governo, ou seja, para que a resistência seja domesticada, se houver. Quem poderia fazer diferente deu um tiro na cabeça da própria militância que resistia diuturnamente à cooptação pelo PT ao ter suas principais figuras públicas endossando o governo Dilma no segundo turno de 2014.

Existem as Federações anarquistas e a maioria do movimento anarquista que resistiu à cooptação, embora este movimento também tenha sido abalado pela aderência dos anarquistas do terceiro milênio dos últimos dias, aqueles que mesclam Deleuze com Rui Falcão, ao dilmismo Coração Valente, que ao menso criaram no interior dos debates o vírus do medo. Mas estas federações e coletivos anarquistas são hoje o principal inimigo do Estado, são perseguidos, silenciados e só contam com o apoio das próprias mídias para sustentarem sua resistência.

O restante da esquerda optou por fazer eco à criminalização de anarquistas e autonomistas, ou se omitir diante disso, o que dá no mesmo.

Portanto, estamos sozinhos.

A esquerda partidária se juntou numa frente única burocratizada e construída em nome do pavor de ser atropelada por algo que não controla: a insatisfação popular. O quadro aponta para mobilizações fora de movimentos sociais organizados e partidos ou então danou-se.

Para isso nossas esperanças são nos movimentos contra os aumentos de passagem, as greves de garis, as mobilizações indígenas e quilombolas, as mobilizações contra o aquecimento global e a insistência para que lutadores não mais se organizem em partidos.

E mesmo essas esperanças enfrentarão um quadro de acirramento da repressão.

A vida será mais dura.

(Chile) Propaganda pela solidariedade internacional anti-autoritária com os compas presos na Espanha.

HH

Fonte: ContraInformate

SOLIDARIEDADE REBELDE COM OS ANARQUISTAS PRESOS NA ESPANHA

NENHUMA AGRESSÃO SEM RESPOSTA!!!

Frente à nova operação repressiva que no dia 16 de dezembro deixou uma dezena de espaços anarquistas invadidos pela polícia e 7 companheiros anarquistas prisioneiros no Estado espanhol acusados de terrorismo, nossa resposta não pode ser outra que não a multiforme solidariedade anárquica internacional em ofensiva permanente contra todas as formas do domínio.

Que nossos companheiros sintam o calor da solidariedade e nosso inimigo arda no fogo da luta anti-autoritária pela liberdade.

NEM CULPADOS NEM INOCENTES, SIMPLESMENTE INIMIGOS DO PODER E DE TODA AUTORIDADE!

MÓNICA CABALLERO, FRANCISCO SOLAR, GABRIEL POMBO DA SILVA E TODOS OS COMPANHEIROS PRESOS NA ESPANHA E NO MUNDO, VAMOS PRA RUA!!!!

Uma visita à Assembleia Popular da Cinelândia

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Assembleia Popular 09.10.13 foto de Leila Hol

 

Por Samuel Victor

Ao final das tardes de quarta-feira já é comum encontrar nas escadarias da Câmara Municipal do Rio de Janeiro os integrantes da Assembleia Popular da Cinelândia. A aparente normalidade do ato se desmente nos passos desacelerados dos transeuntes que vem ou vão do trabalho, e nos olhares curiosos sobre as pessoas nas escadarias e sobre a insistente faixa negra que chama à reunião que deve começar logo mais às 19hs no centro da praça.

A Assembleia Popular da Cinelândia surgiu como resposta à desocupação do Ocupa Câmara e à prisão de 70 ativistas, no dia 15 de outubro do ano passado, num ato bárbaro da polícia militar e do governo do estado em que detiveram 200 pessoas e destruíram toda a estrutura da ocupação, pondo fim à resistência que durava mais de 2 meses. Após se recuperarem do ocorrido, os ativistas se reorganizaram e decidiram continuar com as reuniões que já realizavam na ocupação, mas agora sob o formato da Assembleia Popular da Cinelândia. Continuariam, assim, ocupando a Cinelândia, fazendo frente à política corrupta e autoritária com a política combativa, horizontal e popular. Mas também criariam, sem deixar de lado a atividade política, uma forma de se proteger que consistiria na própria organização da assembleia.

Nas noites de quarta, militantes de diversos coletivos ou independentes, indivíduos de diferentes ideologias se reúnem na praça para discutir problemas e ações políticas na cidade. A assembleia não é um coletivo, nem espaço próprio de um coletivo. Sua forma fluida e descentralizada garante em certa medida a segurança dos ativistas das garras do Estado que a todo o momento tenta criminalizar o movimento das ruas e criar falsas acusações de organização criminosa. Se perguntar a algum integrante mais ativo nas reuniões sobre a organização da assembleia, ele te responderá que ela nasce toda quarta à noite e se dissolve ao final da mesma noite. As reuniões se dividem normalmente em três partes: informes, propostas e deliberações. Elas seguem sem liderança, sem hierarquia, com regras decididas pelo conjunto dos participantes da assembleia. O espaço é aberto e preza pelo empoderamento popular, podendo, inicialmente, qualquer um trazer propostas para ser abraçada ou não pelo consenso daqueles presentes no dia. Algumas reuniões podem até mesmo ser temáticas.

Nessa linha de ação a Assembleia Popular construiu suas lutas desde a desocupação do Ocupa Câmara. Como não poderia deixar de ser, os temas principais dos encontros no início foram a criminalização dos movimentos sociais e a luta pelo direito ao transporte. A assembleia apoiou a construção de atos, além de servir de espaço para debates. O transporte público acabou por ser um ponto forte nos encontros iniciais, inclusive com a organização conjunta com o MPL do Rio e de Niterói do 1º Ato Contra o Aumento da Passagem, no final de 2013.

Desde então a assembleia participou em diversas lutas, como a dos atos contra a Copa, pela libertação de Rafael Braga Vieira e contra a farsa eleitoral. Hoje os lutadores sociais que resistem na Cinelândia têm dedicado seus esforços também na luta por justiça no caso da morte da Ana Carolina, jovem que morreu vitimada pelo descaso no atendimento da UNIMED quando sofria uma crise de apendicite, esperando 24h para ser atendida. A luta é por justiça para a família de Ana Carolina e de denúncia das relações corruptas na saúde que vitimam a população.

A Assembleia Popular da Cinelândia continua resistindo contra a tirania do Estado.

*Esse relato foi construído a partir de considerações de alguns ativistas que participam atualmente da Assembleia Popular da Cinelândia e dos documentos que podem ser visualizados no grupo da assembleia no Facebook. Sendo assim ele não representa posição geral da Assembleia Popular, mesmo que tenha sido consenso a permissão para que o relato fosse escrito pelo autor do mesmo, que decidiu pedir permissão para fazê-lo.

Chamado Internacional de Solidariedade axs Presxs da Copa, via CNA-PoA

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Fonte: https://cnapoa.wordpress.com/2014/12/04/chamado-internacional-de-solidariedade-axs-presxs-da-copa/


Retiramos de CNARIO

Chamado internacional para ações de solidariedade xs presxs da Copa

No dia 12 de julho, na véspera da final da Copa do Mundo, a Polícia do Rio de Janeiro prendeu 19 ativistas, visando desarticular o grande protesto marcado para o dia da final, sob a justificativa de que elxs teriam participado de atos “violentos” nas revoltas do ano passado e de que estariam planejando outras ações na manifestação da final da Copa do Mundo. No total 23 mandados de busca e apreensão e de prisão temporária foram cumpridos contra pessoas acusadas de participar de movimentos sociais, os mandatos eram de 5 dias de prisão preventiva, 4 pessoas conseguiram escapar do sequestro da policia.

Xs ativistas foram levados à Cidade da Policia no Rio de Janeiro, um grande complexo de delegacias construído para dar conta da repressão àquelxs que contestam os mega-eventos e a lógica da cidade mercado. Nesse grande complexo se encontra a DRCI, Delegacia de Repressão aos crimes de Informática, que desempenha atualmente o papel da histórica Delegacia de Ordem Política e Social, a famigerada DOPS criada em 1924 para reprimir xs anarquistas, utilizada principalmente durante o Estado Novo e mais tarde no Regime Militar de 1964, com o objetivo de controlar e reprimir movimentos políticos e sociais contrários ao regime no poder. Em seguida foram todxs encaminhadxs para o complexo penitenciário de Bangu.

Alguns dias depois foi concedido um habeas corpus que libertou 18 dos ativistas que estavam presxs. Logo em seguida, a justiça decretou novamente a prisão dessas 18 pessoas, que no entanto escaparam e permaneceram foragidxs. Camila, Igor Pereira e Elisa (Sininho) continuaram presxs por volta de 10 dias, quando foi concedida liberdade provisória à todxs, menos para Caio Silva e Fábio, presos em janeiro deste ano acusados de homicídio. Xs ativistas passam por um momento difícil de criminalização e perseguição, mesmo esperando julgamento em liberdade, não podem deixar a cidade nem participar de manifestações e aglomerações públicas. Nesse mês de dezembro, Igor Mendes foi preso novamente e mais 2 compas ficaram foragidxs, acusadxs de descumprirem a ordem judicial e terem participado de um ato público pacífico no último 15 de outubro, representando, segundo a justiça, uma ameaça a ordem pública. Mais prisões podem surgir a qualquer momento e os julgamentos que acontecem ao longo dos próximos meses ainda pode levá-los a condenação. A Polícia afirmou que as prisões são baseadas em investigações que vem ocorrendo em segredo de justiça desde Setembro de 2013 contra a Frente Independente Popular (FIP), black blocs e outros grupos de ativistas, acusados de formação de quadrilha. A metodologia da polícia é o monitoramento, e a quebra do sigilo e da privacidade das pessoas. Xs 23 militantes são indiciados por uma extensa e absurda lista de infrações que vão desde quadrilha armada, até porte de explosivo, depredação de patrimônio público e privado, resistência e lesão corporal, e corrupção de menores.

O estado que fez mais presas e presos políticos no Rio pra que pudesse ocorrer uma partida futebol é o mesmo estado que fecha escolas, que mata nas favelas e que fez a Copa. Com essas prisoes o Estado brasileiro escreveu mais uma página em sua história, foi o dia em que todas as máscaras caíram, nem só a do Estado, mas também de partidos e grupos que o querem como ele é, que participam dessa tal democracia, dessa tal representatividade parlamentar. Neste dia o Estado disse com todas as letras “GUERRA CONTRA O POVO”, não de forma subliminar, mas pra quem quisesse ouvir. Nas favelas já se sabe disso há muito tempo, as marchas de junho/julho de 2013 também tentaram avisar, mas dessa vez foi em horário nobre e com todas as letras. Onde toda a população viu que o mesmo Estado que cria as leis às rompe quando bem entende, assim como sempre fez com a população pobre e negra durante toda a história de genocídios do Estado brasileiro.

Convidamos à todxs a organizar ações em solidariedade xs presxs da Copa em sua cidade. Não podemos nos calar diante da terrorismo de Estado do governo brasileiro e da ditadura da FIFA. Todos sabem da importância das revoltas em massa que ocorreram no Brasil desde junho de 2013 até agora, pois foram um marco na história desse povo, um momento de ruptura com as estruturas vigentes, um grito de basta para diversas opressões e violências históricas contra o povo. As forças de repressão querem a todo custo conter a indignação da população amedrontando xs ativistxs por meio da perseguição, querem retomar o controle e conformar as pessoas à voltarem a miséria da vida cotidiana e para isso estão dispostas a jogar na cadeia todxs aquelxs que não recuarem nessa luta. Nossxs companheirxs precisam de todo o apoio para vencermos mais essa batalha e se manterem nas ruas, nas assembleias e na mobilização popular.

Nenhum passo atrás! Ninguém fica pra trás! Pelo fim imediato das perseguições!

Dezembro de 2014,

Cruz Negra Anarquista – Rio de Janeiro